Já não há tempo para nos encontrarmos e, com frequência, as próprias famílias sentem dificuldade para se reunir e falar calmamente. A paciência, muitas vezes, é deixada de lado pela pressa, causando graves prejuizos para as pessoas. Com isso, vemos prevalecer a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência, gerando insatisfação e isolamento. Além disso, vivemos na era da internet, onde o espaço e o tempo são suplantados pelo «aqui e agora». Redescobrir a paciência faz bem para nós e para os outros. E Deus é paciente conosco: Ele, que é o Deus da paciência e da consolação: “O Deus da perseverança e da consolação conceda que vocês tenham os mesmos sentimentos uns com os outros, a exemplo de Jesus Cristo” ( Rm 15, 5). Um caminho de esperança O Jubileu da Esperança teve início no dia 24 de dezembro de 2024, no Vaticano. E no domingo, dia 29 de dezembro de 2024, em todas as catedrais foi celebrada a Santa Missa como abertura solene do Ano Jubilar nas Dioceses. O jubileu vai terminar no domingo, dia 28 de dezembro de 2025, nas Dioceses. No Vaticano, o Jubileu Ordinário terminará com o encerramento da Porta Santa da Basílica Papal de São Pedro na solenidade da Epifania do Senhor, dia 6 de janeiro de 2026. Sinais de esperança Além de beber a esperança na graça de Deus, somos também chamados a descobri-la nos sinais dos tempos, que o Senhor oferece. Por isso, para não cair na tentação de nos considerarmos subjugados pelo mal e pela violência, é necessário prestarmos atenção a tanto bem que existe no mundo. Olhar para o futuro com esperança equivale a ter também uma visão da vida carregada de entusiasmo. Infelizmente, em muitas situações, temos de constatar que falta esta perspetiva. A primeira consequência é a perda do desejo de transmitir a vida.Todos, na realidade, sentem a necessidade de recuperar a alegria de viver, porque o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus: “Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (cf. Gn 1, 26). Por isso, não podemos nos contentar com sobreviver ou ir vivendo de qualquer jeito. Isto nos fecha no individualismo e corrói a esperança, gerando uma tristeza que brota no coração, tornando-nos amargos e impacientes.Naquele tempo, “14Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15Ele ensinava nas sinagogas, etodos o elogiavam. 16Jesus foi à cidade de Nazaré, onde se havia criado. conforme seu costume, no sábado entrou na sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano de graça do Senhor.” 20Em seguida Jesus fechou o livro, o entregou na mão do ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então Jesus começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir.” ( Lc 4, 14-21). Ancorados na esperança A esperança forma, juntamente com a fé e a caridade, as «virtudes teologais», que exprimem a essência da vida cristã: “diante de Deus nosso Pai nos lembramos sempre da fé ativa, do amor capaz de sacrifícios e da firme esperança que vocês depositam em nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 1, 3). No dinamismo indivisível das três, a esperança é a virtude que imprime, por assim dizer, a orientação, indicando a direção e a finalidade da existência cristã. Por isso, o apóstolo Paulo nos convida a ser alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração: “Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12, 12). Assim deve ser; precisamos transbordar de esperança: “Que o Deus da esperança encha vocês de completa alegria e paz na fé, para que vocês transbordem de esperança, pela força do Espírito Santo” (Rm 15, 13). E assim, testemunhar de modo confiável e atraente, a fé e o amor que trazemos nos nossos corações.Que a nossa fé seja cheia de alegria, a nossa caridade seja mais entusiasmada. Que cada um de nós seja capaz de oferecer ao menos um sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito, sabendo que, no Espírito de Jesus, isso pode tornar-se uma semente fecunda de esperança para quem o recebe. |
|